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sexta-feira, 23 de novembro de 2012



  

  AUTOFLAGELAÇÃO NAS DROGAS

Quando a queda do espírito é anunciada
E os sonhos se vão
Abre-se a porta da exclusão
A realidade passa a ser um fantasma
 
A vida passa a ser um teorema desordenado
E  a mente inicia a habitar o invisível
Os papeis começam a se inverterem
Acabou-se o cidadão
E a alma sufocada pede perdão

Como um pássaro
Que ao olhar-se no espelho não vê as asas
A pureza é expulsa do coração
E o cérebro se ajusta somente a ficção
Passa a não mais ver as cores da imaginação

Chegou  a auto flagelação
Nada mais o ilumina
A sombra não mais representa a  figura
Deixa de ser gente
Passa a ser apenas miserável criatura
 
          (Orides Siqueira)

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