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segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

EMPRENHANDO AUSÊNCIAS

Aqui estou
A enganar  o presente
Para emprenhar ausências
E ando sem gravidade
Porque a verdade não é bela
Mas é inquestionável
 
E entre passos sem rumo
Preparo o arco
Com a flexa
Apontada ao silêncio
Para executar
O juízo final
 

       (Orides Siqueira)

domingo, 28 de dezembro de 2014

SONHOS DESCALÇOS

Meus pés 
Não marcaram caminhos
E minha essência não se impregnou n”alma
Não és tu
Por que
Talvez eu nunca tenha sido eu

E então
Desvisto-me
E guardo as roupas no vazio
E esse corpo que vês
Não esta nu
Apenas descalço de sonhos

(Orides Siqueira)

          URBANOS

Uma moto  que acelera
Semáforo em amarelo
Assalto a banco nos jornais
Brigam por papelotes
Viciados anormais
Camelos vendem patine-te
Enquanto loucos mascam chiclete
 
Muito ruído para um surdo
Enquanto
Uma cabeça de chapéu
Abriga um cérebro morto
E entre choro e lamento
Um vendedor de água
Ri com o racionamento
  

       (Orides Siqueira)
VIAJEM

As vezes
Fecho os olhos
Sem  querer chegar alem
Ao que posso de olhos fechados  ver
 
Como a caricia da folha que cai
Em seu inevitável viajar
Desde o galho
Até a umidade do solo
Sem direito a atalho
  

      (Orides Siqueira)
VERSOS LOUCOS

Eu 
Não 
Tenho idéias
Tenho palavras
Sufocas pelo silencio

E quando
As palavras 
Param
O silencio transborda
E do cume 
Das emoções
Os versos se atiram

(Orides Siqueira)
VERSOS PARA O ZÉ

Não escrevo para falar da dor
Nem só de amor
Escrevo palavras desconexas
Para buscar sentido
Como luzes
Em janelas abertas
Buscando iluminar almas irrequietas
 
Meus versos
Não falam em Londres ou Paris
E sim de João e do Zé
Brancos ou negros
Cabelo liso ou enrolado
Pele morena e rosto quadrado
Sem interessar
Se nascem em Seival ou Juazeiro
São  mulatos, brancos e loiros
Acima de tudo Brasileiros
   

             (Orides Siqueira)
VENDE-SE

Vendo
Sonhos baratos
Como um cão que vende seu dono
Vendo épocas e cicatrizes
 
Vendo
A ignorância
Por não gostar de sua ressonância
Vendo as nuvens
Para poder comprar o céu
Só não vendo a fé
Por ser a única que me mantém de pé
   

                (Orides Siqueira)

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

LIVED AND WON
(VIVI E VENCI)

Para ser forte
Tive de aprender a lutar
Até ficar só
Mas
De pé
E amar até aprender a odiar
E quando meu coração virou pedra
Tive o prazer de quebrar
Antes que alguém o fizesse

 
Amei a saudade
Para escrever a adoração
Fiquei surdo
Quando me queriam mudo
E aprendi
Que hoje sou melhor que ontem
E amanha serei melhor que hoje

  

       (Orides Siqueira)
JUNTOS

Não é possível nascer
Quando já nascemos

Existo enquanto te quero
E és o que te permites ser

E
Uma vez 
Pode vir a ser
Era uma vez

Melhor parar
Por que
De repente
O único premio
Pode ser 
Respirar

Uma asa
E somente uma asa
Mas duas asas
Podem voar


(Orides Siqueira)

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Jornais Regionais EVOLUÇÃO,MERIDIONAL,E CORREIO DO SUL noticiam nossa passagem pela feira do livro com grande exito, obrigado Jornalistas, JORGE AMÉRICO BORGES, PAULO GIOVANI e Diretora Anelize Carriconde, obrigado,obrigado e muito obrigado




FILME
Companheiro
Que mundo e este
Onde gente mata gente
Com sorrisos largos
Usam tiros e não afagos
Companheiro
Que mundo é esse
Onde não ouço conjugarem o verbo amar
Quem encheu meu visual
De coisas do mal
Quero falar com o diretor
Por favor
Quem fez esse filme de terror
(Orides Siqueira)
NO SEU ANIVERSARIO
TIREM ELE DA CRUZ
Quero vê-lo aqui
Comendo um lanche com coca-cola
Torcendo para que seu time seja campeão
Fazendo fotos com turistas gringos
Sentado no Barzinho tomando uma gelada
No campinho jogando pelada

Embebedando-se, apaixonando-se
Fazendo regime
Fugindo da balança
Ou como vocês queiram ver
Sua imagem e semelhança

Por séculos e séculos
Vivem a pregar-lo na cruz
Seguem enfiando-lhe pregos
E coroando-o com espinhos
Tirem-no da cruz
Coloquem lhe um flesh de luz
Curem suas feridas
De lhe um remédio para dor
E receba-o de braços abertos
Ai sim
Faça a ele sua declaração de amor

(Orides Siqueira)

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

ACARICIANDO SAUDADES

A saudade me acompanha
E acaricio lembranças
Que me ignoram
E passam sem olhar-me
Matam sem matar-me
Adonam-se do lugar
Até verem minha lagrima brotar

(Orides Siqueira)

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

PROTEJA-ME

Não te apaga não dorme
Sejas brasa
Queima e segue iluminando
Arde mesmo a distancia
Quando me perca
E o vento seja desfavorável
Ilumina-me
E ensina-me o caminho de casa
E se por acaso te apagares
Leva-me a outros ares
 

         (Orides Siqueira)

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

POEMA MILITANTE
Escrevi e vivi
Como um grande amante
E quando chegar a morte
Direi....
Desculpe-me
Tudo foi um sonho

E gostaria que a morte
Respondesse
Com um
Não
Aquele que descobriu a beleza
É obrigado a seduzi-la
Para depois morrer

Eu feliz sorriria
E bem baixinho
Sussurraria
Neste anárquico silêncio
Todo poema é um militante

(Orides Siqueira)

domingo, 14 de dezembro de 2014


    NÃO TENHO TEMPO

Eu tinha tempo
Trabalho mulher e versos
E hoje
Não os tenho
E só posso chorar no futuro
Hoje não tenho tempo
 
O meu tempo
Perdi
Em paradas de ônibus
Estações de metro
Que nem vi passar
Tive
Mas não estive
E hoje desgarrado
E descartado
Como jornal de ontem
Sou este ser que implora
E agora,agora e outra vez agora
Como sempre e não é pouco
Tenho só o agora
 

           (Orides Siqueira)

MAIS FOTOS DA FEIRA DO LIVRO



sábado, 13 de dezembro de 2014








11ª Feira do Livro- Orides e Georgia Siqueira na sessão de autógrafos - Na semana da 11ª Feira do Livro de Arroio Grande a Prefeitura Municipal de Arroio Grande, através da Secretaria de Cultura, Gabinete da Primeira e parceiros, desenvolvem programação com sessão de autógrafos, palco com shows musicais e apresentações artísticas com os talentos da terra,. E dentre as atrações, aconteceu com êxito o lançamento de livros de duas obras poéticas de Arroio Grande,o lançamento dos livros do conhecido escritor Orides Siqueira que tem por título “Palavras” e de sua filha Georgia Siqueira, “Adolescente”, onde pai e filha foram prestigiados pelo público que compareceu em grande numero ao local para aquisição destes trabalhos. Orides é bastante conhecido pelas publicações de seus poemas em sua página virtual que soma acima de mil trabalhos, que podem ser conferidos com toda a qualidade de seus versos retratando a vivência cotidiano em nossa comunidade. A juventude da poetisa Georgia Siqueira em Adolescente recebeu elogios do público, da direção, de amigos e colegas do Instituto Aimone onde estuda, pelo talento e criatividade em seus poemas, que está disponível nas livrarias presentes na Feira. Muita gente compareceu para dar um abraço e levar a mensagem de apreço e admiração pelo Orides e a Georgia,acompanhado da mãe, a incentivadora professora e diretora Giovana Gonçalves.
Texto/fotos: Jorge Américo Borges.

sábado, 6 de dezembro de 2014


   CAMINHAVA

Pode ser
Incrível ou inacreditável
Mas.......
Hoje vi um homem que caminhava
 
Sem saber a distancia
Caminhava
Sem querer companhia
Caminhava
Sem pisar em ninguém
Caminhava
Sem que houvesse estradas
Caminhava
E sem nada a esperar
Acreditava
  

        (Orides Siqueira)
ABRAÇO

Um abraço
E deixar de sentir-te perto
Para sentir-te comigo
Fundir o teu mundo no meu
Escrever só...
A palavra juntos
Juntar
O quero
No te quero
É unir os braços num abraço
Para juntos formar um laço
  

         (Orides Siqueira)
TRAJETÓRIA

O oblíquo
Das rampas apressa  a subida
Mas não minimiza a descida
Escaladas verticais
Podem encurtarem caminhos

Mas
Sem esforço
Pode ser fatal
Por que
Quem
Sobre humanos
Fizer escada
Sua trajetória
Tornar-se-á fracassada
 

        (Orides Siqueira)
NÃO SEI E NÃO SEI

Não sei
Onde iremos
Quais caminhos andaremos
Que tempo durará a ânsia
 
Não sei
Quando acaba a musa
Ou quando morrerá o poeta
Só sei que agora
Regis e raptas meus pensamentos
E seqüestras meu sorriso
 
E convergimos anseios
Até o mais infinito
Dos desejos
  

         (Orides Siqueira)

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Dia 10 de Dezembro 19hs lançamentos dos livros PALAVRAS Orides Siqueira e ADOLESCENTE Geórgia Siqueira

domingo, 23 de novembro de 2014

TRANSITORIEDADE

Somos só existência
Sem tempo nem referencia
Num universo infinito
Tendo a terra como referencia
Apenas somos presença
Insignificante
Efêmera e transitória
Num cosmo sem memória
 
Somos uma criança
Em um labirinto
Entre
O IncompreensíveL
E o mistério
As vezes insano
Vivendo
Entre o pratico e o profano
         

              (Orides Siqueira)


Dizem
Que o amor
É cego
Mas prefiro
Fazer
Com a luz ligada
 

    (Orides Siqueira) 
O AMOR

O amor
É um holocausto de neurônios
Um genocídio de propósitos
Em uma imolação de planos prévios
Difundido pela tranqüilidade

É paz serena
Num furação de desejos
Com um enfoque intransferível
Incontível  e insaciável
Em uma acariciável explosão
Que tem nome
Paixão
  

           (Orides Siqueira)
   RE-LEMBRANÇAS

O pensamento
Navega
Saltando etapas de repente
Provocando desordem na mente
Virando um compacto  da historia
Que se ativa com um clic na memória
 
Do presente faz o passado
E do passado o presente
Incessante e sem descanso
Como se a vida
Houvesse deixado um remanso
 
É uma manifestação da alma
Que reclama
E pede calma, compaixão
Com tanto sonho caído pelo chão
Dói no coração
Os por quês
E os não
Sem razão
  

          (Orides Siqueira)
APAIXONADOS

Os apaixonados
Procuram o que procurar
E esperam
Pode ser o nada
Mas esperam
São loucos em seu delirar
 
Brincam de costurar água
Tatuar fumaça
Não se resignam
Andam nus contra o vento
E dizem...
Que tudo é questão de tempo
 
Riem só
E cantam canções inexistentes
Estão sempre sonhando
E são persistentes
   

              (Orides Siqueira)

sábado, 22 de novembro de 2014

MASCARA REAL

Cada dia
Procuramos
Um sorriso de disfarce
Mas o espelho mostra
Em tempo real
Sem efeitos
E com todos os defeitos
As marcas

Quando o pó do tempo sai
A mascara cai
 

      (Orides Siqueira)
  JÁ FOMOS NÓS

Tudo
Deixou de ser fogueira
Para ser deserto

E mesmo...
Num voar e voar
Ficou o sorriso 
O calor das mãos
Como algo que quisemos
E não pode ser
 
Mas....
Lembraremos
Que
Eu sou
E tu és
E juntos já fomos nós
 

        (Orides Siqueira)
MULHERES

Um homem
Procura uma mulher
Para deitar
Um cavalheiro
Procura uma mulher
Para amar
 

      (Orides Siqueira)


ONTEM

Ontem
Apalpei tuas curvas
Fechei teus olhos com meus dedos
Beijar-te foi
Um gemido
Um poema
Depois de amarmos
Sentamos a bordo do silêncio
E dormiste no meu peito
Sem tempo
 
Isso foi ontem
Quando ainda sonhava
Com a utopia das tuas palavras
Hoje isso é um opaco cristal
Difícil de visualizar
E sabes
A mim já é indiferente
Foram-se os sonhos
Rasgastes os papeis onde escrevíamos
Cada amanhecer
E não sinto mais vontade de te ver
  

            (Orides Siqueira)
  PRAZERES A METRO

Assim
Ganhamos a igualdade sexual
Com brigas de alcova
Sem vencidos ou vencedores

Homens e mulheres
Anônimos
Lutam e suam
Para anular as diferenças

Guerra
Como todas as outras
E a paz só chega
Quando os distintos
Amados
Oferecem
Suas diferenças
Para o prazer ser consumado
  

          (Orides Siqueira)
TATUAGENS DO AMOR

As paixões
São tatuagens do amor
Nas entranhas da vida
Fazendo eco em gemidos
 
É costurar na alma
Palavras intensas
Com agulhas de sorrisos
E absorver o ar dos sonhos
Desenhando telas do querer
Com misturas das cores
Do te amo
Com o te quero
  

        (Orides Siqueira)
MONUMENTO AO NADA
Sou eu
Com a voz fragmentada
E fugindo
Sou eu
Quem contempla
Esse nada indecifrável
Encostado na esquina
Aguardando
Uma tristeza a mais
Como estatua
Oferecendo sua estéril sombra
A desaparecidos
(Orides Siqueira)