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sexta-feira, 30 de março de 2012



OBSCURO

Sou pagina obsoleta
Ferro enferrujado
Ponta fina de cajado
Um prego mal usado

Razão amordaçada
Cinismo camuflado
Baioneta de soldado
Pênis sem saber o lado

Poço de frustrações certas
Sacerdote sem vocação
Duende louco sem expiração
Presidiário do coração

Um busto solitário
Escravo e proletariado
Mente distraída e acovardada
Um não sei donde para o nada

(Orides Siqueira)

CAVALEIRO LOUCO

Sou síntese sem resumo
Eloquência da loucura
Uma afirmação muda
Estatua desnuda

Com a mente sempre voando
Pobre louco e interiorano
Querendo que a rotação seja a pedal
Louco sem luz nem ideal
 
Sem identidade
Divorciado, apartado
Esquizofrênico e sem afinidade

Pensando ser rei e importante
Um pedinte pensante
Louco bêbado e fumante
Dizendo ser cavaleiro andante


(Orides Siqueira)

segunda-feira, 26 de março de 2012




ESSENCIA
MULHER

Operária do amor
Arquiteta da felicidade
Escultora de prazer
Distribuidora de encantos

Templo da divindade
Teu corpo é um espaço sagrado
Ama com intensidade
Oratório da verdade

Alma que abraça e embriaga
Que deseja ser amada
Desaguar de afluentes divinos
Inicio e fim para qualquer estrada

Força e luz
Como um Sol
Horizonte aberto
Amor, palpável, perto

Cruza a margem da razão
Atingindo o coração
Porto de ternura
Ação e emoção

(Orides Siqueira)

NEM CORSARIO
NEM ROSARIO

Só deixa rastros
Quem caminha o hoje em seus próprios lastros
Lastros são flores em botão
Irrigados com amor do nosso coração

A existência só se torna bela
Se pintarmos com amor nossa tela
De uma forma simples e desinteressada
Para podermos colher flores em nossa estrada

Viva fazendo o necessário
Sem precisa tornar sua vida um rosário
Mas você não pode ser seu próprio corsário
O tempo não volta a traz, mas a nossa felicidade a gente é que faz

Você pode errar sem receio
Afinal você não vai ser o único certo neste meio
Respeitamos os outros e as divergências
Mas não vivamos de aparência, ame tenha paciência

(Orides Siqueira)

sábado, 24 de março de 2012


MENINO DE RUA

Ei tio da uma moedinha ai
Saiba como você pode contribuir
Passe a mão na cabeça, faça ele sorrir
Alimente ache um lugar saudável para ele dormir

Ele não vai te fazer mal
Este menino é carente de mãe e pai
Explique a ele o valor do trabalhador
Diga como é bom ser honesto ter amor

Ganhe deste menino a confiança
Ele não e nada do que dizem, é criança
Nunca mencione a palavra droga
Leve ele pra brincar soltar pandorga

Ele vai te respeitar
Nem vai te chamar mais de tio
Para ele vais ser senhor
Porque é uma vida e se deve dar valor

Este menino ali atirado
Sempre sonha ter casa ser soldado
Servir a pátria amada
Ter sua vida realmente mudada

Não estamos no meio do mundo
Nem no buraco mais profundo
Então pense
Tire um menor do submundo

(Orides Siqueira)

sexta-feira, 23 de março de 2012


IGUAIS NAS DESIGUALDADES

As diferenças nos torna iguais
Exigimos lógica
Queremos a matemática do exato
Não sendo nossa a escuridão do ato

Desfilamos aparências
Somos insignificantes ao natural
Temos concentrada estrutura mental
Mas as vezes burro e outras intelectuais

Gritamos
Queremos a teoria da razão
Castramos e limitamos o pensar
Censurando-nos e proibindo-nos de sonhar

Criamos grupos, cercas e muros
Na ânsia de sentirmo-nos seguro
Mas e tão forte o ego e a emoção
Que acabamos por mutilar a razão

( Orides Siqueira)

domingo, 18 de março de 2012


SEXO

Nudez em dança carnal
Envolvendo reis e rainhas
Entre sons de uma dança animal
Movimentos esculpidos, suspiros esvaídos

Interrogações corporais
Por vezes fera e outras vazio
E a dança corporal de seres no cio
Ato milenar de seres normais

Um sentir magnífico
Prazer imenso sem sacrifício
Por vezes livre, símbolo do pecado
Fulminando um prazer retratado

Antiqüíssimo ritual da procriação
Em inocência frontal
Bem herdado dos ancestrais
Gozo, prazer e imortal

(Orides Siqueira)

terça-feira, 13 de março de 2012


VIAJANTE LOUCO

Sou brisa
Caminho incerto
Correnteza que se dispersa
Uma pegada na linha do horizonte

Quero aspirais de luz
Para deslizar na curva do sol
Sou este rastreador de sonhos
Cambaleando entre as luzes dos faróis

Aprisiono segredos
Sou este viajante peregrino sem medo
Que arranha, circula, sem nunca desistir
Sou vento, voz, eco do meu sentir

Vivo momentos
Exponho pensamentos
Libero vibrações e vivo sensações
Sou substrato
Carrasco da vaidade
Reverenciando e vivendo loucuras do abstrato

(Orides Siqueira)

domingo, 11 de março de 2012



É LAMENTAVEL


A morte é o único objetivo dos bárbaros
E se salvar virou uma perigosa profissão

As epidemias viraram maquinas eleitorais
Que pagamos com a dor

Nossas asas são quebradas
A língua é censurada
O sexo é condicionado
E o olhar por eles direcionado

Nós resta dizer

Que pode saber o rio da margem
Se só a conhece de passagem

(Orides Siqueira)

sexta-feira, 9 de março de 2012


ILHA DOS DITADORES

Existem monarcas contemporâneos
Reis do nada
Desfilando idéias malfadadas

Entre certezas, duvidas e caminhadas
Blasfêmias, insultos e irreverências
Existe apenas a existência

Colecionam nãos e indiferenças
Esquartejando a mente
Perversos em trampolim

Envoltos em incêndios e tempestades
Malfeitores do universo
Sem ideais nem estrada Deuses ao inverso

Confusos fracos e doentes
Com idéias indefinidas
Nada é para sempre
Até mesmo ditadores dementes

(Orides Siqueira)

quinta-feira, 8 de março de 2012


SALVE, SALVE MULHER

Flor da vida
Luz da existência
Essência, beleza por excelência

Fonte de ternura
Dignidade e doçura
Simplicidade e beleza em movimento

Irradia e seduz
Embeleza e conduz
Ser geradora de luz

Emoção provida de razão
Divinizada em canções
Balsamo aos corações

Símbolo seria e paciente
Versátil experiente
Mãe, esposa, presidente

Fortes ousadas
Sensíveis e preparadas
Salve, salve, mulher amada

(Orides Siqueira)

quarta-feira, 7 de março de 2012


DELIRIOS DE UM LOUCO

Nos delírios de uma mente louca
Beijo rochas e não bocas
Vivo como um peregrino noturno
Sem rumo nem luz no caminho

Mendigo cheio de postura
Com serpentes na cintura
As flores são os inversos
Com os espinhos do meus versos

Minha alma esta naufragada
Furada por minhas pegadas
E no vazio de minha mente
Prego a oração do descrente

Sou um rei sem palácio
Ou um prego no sapato
Não, não quero ser rei, sou rato
Mais sou um louco de fato

Não sinto fé nem dores
Nunca tive amores
Meu olhar é uma ilusão
Quero ser sábio e ter notoriedade
Sou um louco na verdade

(Orides Siqueira)

segunda-feira, 5 de março de 2012


VIDA

Um jogo atemporal
Arte de se inventar
Horizonte, boas vindas

Semente da alegria
Ciclo
Passar, fazer historia

Átomo da criação
Metamorfose da continuação
Transição

Custodia
Existência
Desfile de memórias

Uma mãe autoritária
Senhora benevolência
Um percorrer, uma trajetória

(Orides Siqueira )