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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

AS MERDAS DA VERDADE

A verdade
É uma mentira com pedigree
Que podemos
Levar para passear com coleira
Só temos que levar
Uma bolsa
E uma pá

Para recolher as merdas
Que ela faz no parque da ignorância

Com mania de superioridade
Ela rosna
Late
E nos faz latir com ela
     

        (Orides Siqueira)
ACARICIANDO SAUDADES
A saudade me acompanha
E acaricio lembranças
Que me ignoram
E passam sem olhar-me
Matam sem matar-me
Adonam-se do lugar
Até verem minha lagrima brotar


     (Orides Siqueira)
EMBASAR A TRISTEZA

De novo
Vens atrapalhar minha tristeza
E colocar-la no bolso
Sacudir meu jardim
Para colher velhos sonhos

Minha vida embasar
Com teu suspirar

Implorar por beijos
Sem saber
Que sempre foram teus
Desde que...
Deixaram de serem meus
  

      (Orides Siqueira)
CAÇADOR DE PALAVRAS

Persigo palavras
Andando
Com a ponta dos pés
Sobre o silêncio e a saudade
  
Uma cadeira vazia
Vira
Trincheira
Contra o tempo
E como um monge
Deixo o tempo passar
Entre gotas de tormenta
Pingos de paixão
E oceanos de ternura
 

         (Orides Siqueira)
VOAR VOAR

Estou aqui pensando
Que podia abrir as asas e voar
E junto de ti
Voltar
A ser feliz
 
Voltar...
Melhor não
Só abrir as asas e voar e voar
 

          (Orides Siqueira)
    O AUTOFLAGELO DO HOMEM

O animal
Assusta-se do homem
E o homem com seu extinto de predador
Não conhece limites
Agride e desumaniza seu eu
E a essência do seu ser se desintegra
 
Corre feroz
Se transmutando em lobo
E chega ao autoflagelo com o medo
Mata a alma
Seca as lagrimas
E quando a mochila fica muito pesada de carregar
Esquece o mundo
E se auto condena  encarcerando-se em jaulas de concreto
  

          (Orides Siqueira)
    A VIDA

A vida é um barco
Sem coletes salva vidas
 
Mas...
Insistimos em viver
Por não termos forças para nos render
 
 E sabemos...
 
Que a verdade não existe
O amor não existe
A liberdade não existe
Mas...
Precisamos
De todos estes não existe
Para continuarmos existindo
  

           (Orides Siqueira)

NÃO SE DEPRIMA

Salte para vida
Não existem distancias
Quando se conhece os caminhos
 
Com lamentos
Não se derruba muros
 
A vida é uma festa
E não perdoa ausências
 
Meia hora de tristeza
É o suficiente
Viva
Esteja presente
 

       (Orides Siqueira)
POEMA MILITANTE

Escrevi e vivi
Como um grande amante
E quando chegar a morte
Direi....
Desculpe-me
Tudo foi um sonho

E gostaria que a morte
Respondesse
Com um
Não
Aquele que descobriu a beleza
É obrigado a seduzi-la
Para depois morrer

Eu feliz sorriria
E bem baixinho
Sussurraria
Neste anárquico silêncio
Todo poema é um militante
  

          (Orides Siqueira)
    POETAS DE RUA

Caminham como estranhos
Sobre ruínas
Desolados
Embriagados e desorientados
 
São poetas de rua
Embaixo do braço
Um livro
Com paginas rasgadas
E capas desgastadas
 
Usando palavras extinguidas
E desordenadas
 
Pobres Nobres Poetas
Zumbis
Cambaleando pelas calçadas
Escrevendo versos ao nada
 

       (Orides Siqueira)

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

FESTAS ATUAIS

Feito
E pronto
Esta tudo visto
Porque o prazer não é um erro
Salvo o imprevisto

Tudo sem muito nexo
Entre drogas e sexo
   
Embora
Sabemos
Que quando vimos tudo
Queremos ver mais
Mas......
O amor tem outro fundo musical
 
       (Orides Siqueira)
HABEAS CORPUS DO AMOR

Sou
Quem te odeia
Mas vive a querer-te
Quem te olha fixo sem pestanejar
E fala sem pensar
 
Diferente
Mas com um querer ardente
E nesta cadeia imposta
Tenho liberdade condicional
Com habeas corpus para amar
 

             (Orides Siqueira)

   UM HOMEM SÓ

Não preciso de muito
Um bom livro
Uma cerveja gelada
Telefone desligado
Um carro velho que viva estragado
Para economizar gasolina
E não colaborar com propina
Um tênis velho  e furado
Com chulé
Sim.....
Claro com bastante chulé
Para correr críticos e chatos do meu lado
 

       (Orides Siqueira)
   AMORDAÇADOS

Talvez
Seja possível
Que a paciência como a água
Esteja escapando pelo meio dos dedos
 
E esteja resvalando nos limos da liberdade
Por não mais suportar
Esses amputadores de ilusão
Que nos governam
E os acomodados que calam
 
Meu coração grita basta
Embora a razão
Diga que não é hora
 
Vivemos entre
Exibicionistas e elitistas
Por isso
Quero gritar
Mesmo que esteja com a sanidade mutilada
Pelo bisturi de políticos
Picaretas e indecentes
Que se alimente do suor da gente
E ficam a nos mentir no dia a dia
Mas não calo
Por que todo o silêncio é covardia
 

           (Orides  Siqueira)
O ULTIMO BEIJO

Teu ultimo beijo
Tinha o sabor da despedida
Era um adeus escondido
Esquecido
Entre palavras negadas

Aquilo que evidenciavas
Era o que os olhos ocultavam
E os lábios silenciavam
 
E havia neste vazio de esperanças
Uma verdade negada
Em um erro de percurso
 

      (Orides Siqueira)
CARNAVAL
Festa de todos os seguimentos
Alguns saem da penumbra
Trocam de sexos em momentos
Mesmo que isso a alguns confunda
Uns arrumam amores
Outros levam pé na bunda

Despimo-nos da fantasia de palhaço
Que usamos o ano inteiro
Bundas que batem palmas
Ao som da cuíca e do pandeiro

Vamos esquecer tudo
E cair na folia
Afinal podemos ser reis e rainhas
Por três ou quatro dias
(Orides Siqueira)