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segunda-feira, 29 de julho de 2013

MARCAS

Sou o soluço no escuro
Quebrando o silencio
Sou o cansaço que dorme
Abraçado na tristeza
 
Sou esta angustia que delira
No compasso febril das lembranças
Uma paixão exilada
Entre promessas esquecidas
 
Sou o desconcerto dos sonhos
Marcas fixadas no nada
Entre caricias oxidadas pelo medo
     
        (Orides Siqueira)

sábado, 27 de julho de 2013

Quando
A paciência domina a voz
A tolerância chega
A discordância fica politizada
A humildade vira disciplina
Você não virou monge
Apenas envelheceu
    
      (Orides Siqueira)

quarta-feira, 24 de julho de 2013

OLHAR DO VOCÁBULO

Com o horizonte opaco e desolado
Nesta noite prenha de vestígios
Somos ociosos magos de utopias
Tentando decifrar o dialeto das flores
 
Entre chuvas e relíquias
Tentando descobrir os enigmas
Entre a nudez de teu olhar
Na luz de uma  Iris sedutora
 
Abandono a ambigüidade do horizonte
E regresso a existência cotidiana
Para ouvir o olhar do vocábulo
Entre sussurros de bonança
 
No destelho de teu infinito
A bordo dos teu lábios
Finco minha bandeira
Como uma batuta
Em um grotesco gesto do regente
  
       (Orides Siqueira

domingo, 21 de julho de 2013

MULHER APELIDO MULATA

Cor de ébano
misturado ouro e cobre
Cabelos crespos que os ombros encobre
Deusa de uma miscigenação
Mistura que chegou a perfeição

Me embriago com o flesh de seu sorriso
O cheiro de seu cabelo cacheado
Seios e glutens salientes como uma onda
Fico perplexo nesta emoção que ronda

Um momento de ternura e sonho carnal
Neste meu ímpeto animal
Em seu mundo simples e quase irreal
Um sonho sempre a nos cercar

Quando Deus criou esta ciência exata
O povo logo apelidou de mulata
Venus em vingança e grande demanda
Perfeição de mulher que Deus nos manda

(Orides Siqueira)

sábado, 20 de julho de 2013

O SILENCIO É O ORIGINAL

As folhas caídas
Obstruem os caminhos
Por isso não tenho pressa
E ando devagarzinho
 
Ando cabisbaixo
Mas com a cabeça no ar
Por não saber o que cabe na rotina
Mas sei que o amor vai chegar um dia
 
Não Imagino
Ser o que não sou
Nem sei de onde venho
Nem aonde vou
Procuro não espalhafatar
Para o vento não me levar
 
Prefiro não mover-me
Para não ocupar o espaço
Como se ali não estivesse
Porque o silencio é o original
E as palavras são a cópia
 
    (Orides Siqueira)

quarta-feira, 17 de julho de 2013

NO MUNDO DO NADA

Morreu o silencio
E o eco enterrou sua alma
No desencarnar do pensamento
Se acabou o lamento
 
A sombra do nada
Deixou a palavra sem respirar
Destronando o cansaço
E o infinito ameaça expirar
 
Cavalgando a madrugada
Tudo se dissolve
Como pétalas de flor dourada
E desfalece o amor
Nos braços da pessoa amada
  
        (Orides Siqueira)

domingo, 14 de julho de 2013

INQUILINO CORAÇÃO

Será que sou o proprietário
Ou inquilino
Ou quem sabe invasor
Deste corpo que habito
E sei que jamais serei o senhor
 
Ou serei um exilado
Que teme e ignora
Felino ou anjo
Ave ou demônio
 
Sempre que estou só
Essa sombra de pedra
Que cresceu em meu interior
E que aflora como eco das palavras
 
Uma voz que responde
Quando pergunto
E diz ser o dono dessa confusão
E que tem nome mas não tem memória
Chama-se coração
   
       (Orides Siqueira)

sábado, 13 de julho de 2013

ENTRE SONHOS

Sonhar com o sonho
De algum dia ter o amor dos sonhos
Acendendo o amor
Para abrigar-se do frio
Das noites no cio
 
E sonhar
Que em seus sonhos
Talvez entre mágicos esforços
Não haverá sonhos
Que não toque a harmonia dos sonhos
 
E neste sonho que sonha
E da minha boca beijos despenca
Entre um salto mortal risonho
E u viva o sonho
Sussurrando a velha senha
De sonhar com os sonhos
  
        (Orides Siqueira)

sexta-feira, 12 de julho de 2013

CONVIVÊNCIA

Para construir
A pirâmide da convivência
Temos de dar um basta na violência
 
Convivência
Não é viver em conivência
Nem pintar fachadas
Para maquiar as aparências
   
       (Orides Siqueira)

terça-feira, 9 de julho de 2013

CONTADOR DE HISTORIAS

Não sei dar respostas
As coisas existenciais
Nem clarear vidas
Ou tormentas  emocionais
 
Sem nunca condenar erros ou misérias
Sou apenas uma presença entre as matizes
Como um coitado que vive a abrigar-se nas marquises
 
Sou o reflexo de muitas historias
Cheia de sabores
E muitas combinações
 
Não oculto segredos
Nem nunca revelo conspirações
Apenas com metáforas escrevo orações
 
Sou esta alma que aposta no amor
Que esquece os espinhos quando o desejo é a  flor
Sou a aquarela do lenço a abanar
Nunca ganhei prêmios pela trajetória
Sou este guerreiro lavrador de sonhos
Um louco enamorado contador de historia
   
        (Orides Siqueira)

quinta-feira, 4 de julho de 2013

CABARETERAS

CABARETERAS

As putas cabareteras
Produzindo  
Os prazeres mais prazerosos
Com febris gestos e maneiras
Manchando o ar
Com suas grandes cabeleiras
 
Com suas coxas morenas
Vendem noites de luxurias
Esvaziando nutridas carteiras
Para encher suas bolsas
 
Entre relâmpagos e trovões
No mexer de suas cadeiras
Embaixo de seus pequenos trajes
Pecaram padres e pastores
E ilibados rapazes
  
        (Orides Siqueira)

segunda-feira, 1 de julho de 2013

A PRESENÇA DA AUSENCIA

A PRESENÇA DA AUSENCIA

Com a alma nua
Vertida de uma matéria naufraga

E a valentia
Que ontem  vertia
Por entre vértebras de mármore

Talvez
Sejam amanha um instante
De vazio e saudade

E suas asas estejam quebradas pelas ausências
E os ossos descansaram na terra do nada
  
       (Orides Siqueira)