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sábado, 5 de junho de 2010








O ANARQUISTA

Cavalgar em gargalhadas
A ciência não sabe e não vai curar
A policia quer no calabouço trancafiar
O espaço é o lugar onde vai passear
Não sabe nem quer saber o que é laço
Tira a luz da escuridão
Diz que veio primeiro que Eva e Adão
Sua visão vai alem do horizonte
Que nasceu no amanha e hoje é o ontem
Fala que é pobre fraco e impotente
Mais que mesmo assim é gente
Suas mãos ficam no inicio do braço
Seus músculos só enrijecem quando em colapso
Seus pés andam sem dar nem um passo
Diz que é um verme forte
Que o sul faz calor, frio só no norte
Diz que seu cérebro tem braço
E que seu estacionamento é no espaço
Prega que é cristo “o sagrado”
Sabe tudo porque foi pelo pai agraciado
Foi quem plantou a primeira flor
Que por isto exala o fragor
Fala que é político idealista
Que canta, pinta e é artista
Ele é um anarquista
(Orides Siqueira)

Um comentário:

Joaquim Moncks disse...

É interessante esta tentativa de concepção poético-plástica da figura do "anarquista". De certa forma, também é inusitado tentar poetizar este posicionamento político, porque os versos não me parecem a ferramenta adequada, e, sim a prosa, margem a margem, linha a linha, como qualquer texto lavrado no sentido denotativo. Poesia é linguagem conotativa, cifrada, e não se presta para definições. Porém, a peça em exame está bem redigida, apesar da falta de figuras de linguagem, o que restringe a classificação como peça do âmbito da Poética.