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segunda-feira, 14 de março de 2011


SOMBRA

Se não me é permitido olhar teu rosto
Fico observando tua sombra e contemplando a tua silhueta
Que mesmo sem rosto é tua foto em preto e branco
Com teus doces movimentos fiel, ou estática como uma estatueta

Nela posso ver tua cintura
Nesta bela e nobre reprodução pura
Movimentos de braços que mais parecem asas para voar
E ai imagino o resto com meu fértil sonhar

Os cabelos neste deslizar no final da torre
Estes cabelos que quando param, vejo dois glutens rebitados
Como todos somos sombras constantes
Para absorver gostaria de entrar em tua sombra por um instante

Eu aqui na sombra de tua sombra
Por não pertencer a teu reinado, fico aqui longe e ao lado
Tu pode ser minha, mas tua sombra nunca será minha
Eis que acordo de minha ilusão sombria
Vivendo na sombra da luz de minha rainha

(Orides Siqueira)

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