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sexta-feira, 22 de outubro de 2010


LIVRE

Ser livre é ser inimigo de hipócritas
Iluminador da tristeza, afeição por amar
Vive num mundo de destemidos é incógnitas
Livre para ver furacões e raios a raiar

Sou livre não quero ninguém a chorar comigo
Sou teto furado que não serve de abrigo
Vivendo em picados em miúdo e grosso
Sou um naufrago com água pelo pescoço

Ser de vida, porque a morte eu me calo
Quero burro que me carregue não quero cair do cavalo
Eu o vejo com ressalva tu me vez com piedade
Tu és o lucidez eu o louco brincando com verdades

Suspiro sem lágrimas e com amores
Falo do belo também sei falar das flores
Ser livre, louco, independente, insano
Entre o linear de retas vai explicitando o profano

Sei que da glórias queres os louros
E eu te vejo entre lobos e cachorros
Tenho miseráveis e infernais ciúmes
Porque das árvores mais altas quero o cume

Pássaro que volta ao ninho, eu volto aos amores
Não jogo pedra em santo, não quero deles os dissabores
Gosto de mulheres e abelha rainha
As simples pega pra ti, elas nunca vão ser minha

Vejo meu disputar como objeto
Como sempre dos picos eu quero o teto
Dias de pobre coitado quieto sem segurança
Ou um louco rindo sem graça em discrepância

Faço protestos ergo meus braços
Ninguém me cala ou acorrenta derrubo laços
Sou um ser livre vivendo em compasso
Sou livre para o amor e o ódio um em cada espaço

(Orides Siqueira)

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