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sábado, 30 de outubro de 2010



CIDADE OU HOSPÍCIO

Discutimos em esquinas sobre qualquer coisa
Professores alfabetizam usando a lousa
Noticiários preocupados em difundir a paz
E o cotidiano de trabalhadores no mundo que se faz

A multiplicação do poder
As grandes potências ditando regras sem ceder
O camelô que tenta no grito seus produtos vender
Uma mulher que dá a luz num doce sofrer

Um pastor na esquina pregando diz que sangue tem poder
E o jornalista te mostrando tudo sem nada perder
Pessoas apressadas caminhando em linha
Querem vender de tudo carro casa e até calcinha

Cidade grande te deixa louco mesmo sem querer
Picaretas te atormentam querendo bugigangas te vender
Dizem que é bom pra frieira e faz criança crescer
Policial quase louco já não sabe mais a quem prender

Nesta fábrica de doidos estamos sem saber
Se andamos paramos ou se voltamos a correr
Solitário com um enorme povo a teu lado
Corremos para pegar o ônibus lotado

Me diga que isso parece um hospício
Um homem gritando e outros dizendo que é comício
Por favor quero sair não quero mais isso
Quero ir embora para o campo que lá não tem nada disso

(Orides Siqueira)

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