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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

    CIDADE GRANDE

Presunçosos de nariz empinado
Pisando sobre cimento
Viram loucos
E pobres coitados
 
Sapatos de salto
Botas de cano duro
Mas sem respirar
Não conhecem ar puro
Não olham
Por serem pobres e inseguros
 
Uma fabula viva
Onde coabitam  saudades
Passeando suas enfermidades
Asfalto molhado
Andam sem olhar ao lado
Triste seres por a vida renegados
 
Um hospício mal cuidado
Com imediatismo na memória
Sempre querendo tudo hoje, agora
Como se a voz reclamasse do grito
Um monte de loucos sem eco nem infinito

     
         (Orides Siqueira)

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