
BENZEDEIRA
Tirando dor
Cicatrizando feridas
Velha,magra desmeringüida
Passava mão, pronto esta feito a benzida
Assim era a velha benzedeira
Morava no fundo da vila
Flores,pássaros, salsos ao redor
De todas as casas a dela era a menor
Uma velha prancheta de tear
Suavidade e profundidade no olhar
Um cão que a porta arranha
Sua velocidade era como de uma aranha
Rugas envelhecidas
Unhas amareladas e curtidas
Para falta de circulação receitava urtiga
Em sua excrescência era benzedeira por excelência
Velha analfabeta e prosa
Para acalmar mandava tomar chá de talo de rosa
Dizia que pontes são para cruzar e não molhar
E que a maldade se vê apenas num olhar
(Orides Siqueira)
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