SOU A FAVOR

Sou contra ao contra
Não sigo dilema
Sem emblemas
Não me coloco algemas

Sou livre sem persuasão
Quero sempre ser cidadão
Não sou contra pelo contra
Sou sempre situação

Não sou sistemático
Torço para dar certo
O bom para o bem
Sou prático

Quero tudo em ação
Sem alimentação de graça
Mas quero saúde
Lazer, arvore na praça

Gado é que é marcado
Estou do teu lado
Quero viver sem horror
Se houver governo sou a favor

(Orides Siqueira)

AMANTE AMADOR

Sou o ritmo, qualidade e cor
Um pirata sedento de amor
Sou este ser mal feito
Quase sem virtudes, cheio de defeitos

Gosto do amor e da vida
Mas sou rocha a ser esculpida
Sou ternura com lagrimas
Essência que se anuncia

Sou um bêbado, uma flor
Querendo o ultimo gole de amor
Não tenho o dom de iludir
Mas sou martelo que ajuda a esculpir

Sou o amor que insiste em existir
Um amante a insistir
Gosto da visão da beleza
Sou pátria sol,sul e amante por natureza

(Orides Siqueira)

ECO

Vivemos uma vida de eco
Somos o que se faz
Por isso plantamos amor
Para colhermos paz

Temos um reino
Mas não um reinado
Ás vezes louco
Outras enamorado

Sonhos maravilhosos
Mas se tem que ter sono
Pode-se morrer sem desaparecer
Ou nascer sem nunca ser um ser

Ganhamos um nome
Seja mulher ou homem
Vivemos para amar
Consumi-mos o que nos consome

(Orides Siqueira)

OLHOS TEUS

O desejo é uma luz que sai dos olhos meus
Com pensamentos indescritíveis e ateus
Mas com endereço certo aos olhos teus

Ficaria triste meu olhar se assim não fizera
Melhor ou pior o importante é que tu soubera
Que te amo neste mundo e amarei por muitas era

Por isso amada que os olhos teus
Recebam fachos de luz destes olhos meus
Peço a realização deste desejo a meu amado Deus

Quanto mistério destes olhos teus
Devido a falta de compreensão dos olhos meus
Por vezes penso que me olhas dizendo-me adeus

Mas não aceito e me embriago nos olhos teus
Mesmo no escuro vejo teu brilho atravessar como breu
E imploro teu olhar aos olhos meus

(Orides Siqueira)

D”ALMA

A alma canta e fala
Ma só a mão num apalpar afaga
O incomum é um comum que cala
Como um gritar do ego no fundo d”alma

Afagar é ter ou dar
Alma é um mistério sem fim
Apalpar é afagar em min
Alma é uma flor, um jardim

Alma só cala e não afaga
O afago depende do resultado
Afago é apalpar ou agrado
Carinho , felicidade d”alma

Alma incógnita será que existe
Afagar pode ser um apalpar que insiste
Ou um consolar triste
Alma um ser ou não ser que persiste



(Orides Siqueira)

ALEGORIAS DE UM LOUCO

Escrevo alegorias
Para uma onda de mulheres
Em um andar de Deusas
Com a maciez do veludo
Com perfume do cio
Carinhos de entranhas
Não tenho sorrisos lúcidos
Nem ando para frente
Para um mar de prazer
Ando por ter pernas
Sem saber o que fazer
Em mágoas eternas
Ando por não ter como parar
Não chorei ao nascer
Chorei ao crescer
Por ser um louco sem saber
Sou o sonho de um bêbado
Um burro soberbo
Sou um lúcido do avesso
Sei que velhos são novos
E novos querem ser velhos
Sou a lucidez de um louco
Imaginação do imaginário
Sou os testículos de um capado
Sou teatro sem cenário
Caminho só de ida
Ou um beco sem saída
Sou um louco desvairado
( Orides Siqueira)

ANDARILHO PRIMATA

Um andarilho primata
Que anda em busca do infinito
Sem sandálias ou pisante
Lá vai este homem andante

Balbucia e não diz nada
Mais segue em sua estrada
Este andarilho primata
Com o pensamento ausente

Pensa ser um homem
Seu destino ir em frente
Talvez em um lance de sorte
Tenha um mapa do norte

Com nada em sua mente
Lá vai o andarilho descrente
Da sua boca sai um sussurro
Som que ninguém entende

primata casmurro
Será um ser pensante
Ou quem sabe um ser burro

(Orides Siqueira)

FILOSOFIA DE UM LOUCO

Comprei passagem ao infinito
Para falar com o eco do meu próprio grito
Quero comprar o produto do nunca

Sem nunca ter ido eu quero voltar
Em poeiras quero navegar
Para um dia poder nas ondas voar

Em trilhos para nunca passar
Sem sair me levam a qualquer lugar
Voar como um pirata em alto mar

Ou navegar como um cavalo a galopar
Comemorar a chegada sem sair do lugar
Ver a estrada caminhar

Ficar Parado a andar
Gritar como um mudo a conversar
Porque corro para não chegar

Ou quem sabe um raio devagar
Quero um vento sem ar
Para poder inerte e andar

Sem saber onde estar ou ir
Tropeçar em uma ladeira e começar a subir
Ser impulsionado sem nunca do lugar sair

Sufocar com ar e usar nitrogênio para respirar
Usar a cabeça do dedo para pensar
Sem nada no bolso economizar

(Orides Siqueira)

MULHER LOIRA

Quem fala mal de loira não sabe o que faz
Deve ser uma menina vestida de rapaz
Loira quando passa arrasa
E meu sangue esquenta como brasa

Quando anda em linha
É desfile de rainha
Loira entre as mulheres é a mais bela
Mulher loira é uma tela

Tem charme e sensualidade
Gostosa em qualquer idade
Andando leve é a própria leveza
Loira é sempre uma princesa

Não precisa se promover
É um outdoor a se mover
Tem um corpo sempre a arder
Nós homens sempre vamos querer

Loira é rainha mulher do leão
Brilha mesmo estando na escuridão
É um relâmpago sem trovão
O homem se aproxima para amar

Loira é tudo que queremos ter
Sem loira como iríamos viver
Até DEUS por a loira tem afeição
Fez todas as mulheres
Só fez a loira quando chegou a perfeição

(Orides Siqueira)

AMOR COM MANUAL E PROCOM

Se tiveres um manual favor enviar
Quem sabe um controle para eu lidar
Você obedecendo meus comandos
Rodando andando e eu só clicando

Quem sabe um guia
Que tal um 0800 com franquia
Se der algum problema na trajetória
Mando trocar a memória

Se levarem ou roubarem quero procedimento
É propriedade quero de volta tenho documento
Aciono logo o procom e vamos ao entendimento
E tudo vai se resolver num momento

Qualquer desvio de conduta ou trajetória
Com os documentos na mão resolvo a historia
É vai ser muito melhor assim
Tenho os documentos eles fazem você voltar pra min

A outra coisa quero exclusividade
Nada de sociedade
Muito menos terceirização ou franquia
Se vier com este assunto uso a nota e a garantia

Mas aceito outro caminho
Com muito amor e carinho
E com tudo isto na mão
Ai cai o procom e vale a lei do coração

(Orides Siqueira)

QUERO SER DEMODE

Quero passear de mãos dadas
Chamar a ficante de namorada
Sem obrigação de no sexo estar em dia
Quero ser sexual e não atleta de academia

Quero lamber a tampa do iogurte e me lambuzar
Andar pela rua de repente em voz alta iniciar a cantar
Para ser feliz não precisar somar apenas amar
Sem pensar no trabalho e nem em contas a pagar

Quero ser solidário não solitário
Sem me importar se vão dizer que sou babaca ou otário
Ou morrer de rir de min mesmo
Ter bons e maus momentos

Só quero viver por viver e andar a esmo
Quero as pessoas que amo pedir desculpa
Quando errar fazer uma minha culpa
Quero ser ridículo sem ser frustrado
Sem me interessar com a cúpula

(Orides Siqueira)

FRONTERIÇO E PAMPEANO

Venho da fronteira e dos mananciais
Banhado pela lagoa
E amarelado pelos trigais

Sou pampeano de língua enrolada
Das pescarias e das caçadas
Banhos de cachoeira e alma lavada

Conheço arroios e atalhos
Sou como sorro olho sempre de soslaio
Nesta meu linguajar de Brasileiro e uruguayo

Gosto de mulher e coisas frágeis
Elas são mais bonitas e tem pensamentos ágeis
Amo tudo que tenho e detesto miseráveis

Brigo de peito aberto não gosto de trincheira
Liberdade e cara limpa sempre foi minha bandeira
Gosto dos meus amigos e demais quem me queira

Sou pampeano de raça e lutador
Mais fico de coração mole
Nos braços do meu amor

(Orides Siqueira)

INSISTO E EXISTO

Condução de num verdadeiro prazer
Para min um sopro da vida um lazer
Nesta explosão interna
Com á certeza de que existo

Ficando no espaço como um rastro
Em silencio rodeado de palavras
Buscando o que serei
Vivo entre o que já fui

Um fio me separa do nada
Uma mentira, uma verdade furada
Diferente mas não indiferente
Passeando só pela calçada

Um descomunal sendo delicado
Indiferente de tudo em direção ao nada
Como uma janela com vidraça quebrada
Um cão na sacada que tudo vê e não assiste a nada

(Orides Siqueira )

CONTRARIOS AO CONTRA

Na rua dois contrários juntos
Não sei o que sei
Penso se aspiro ou respiro
Entrando ou saindo

É o minúsculo do máximo
Ou um máximo minimizado
É o contra sendo contrario
Ou o contrario do contra

Sou um estrábico olhando
Quem sabe em estrábica olhada
Sou eu virando tudo
Desta vida virada

É o mínimo do civismo
Ou esbanjando cinismo
Minha lente esta cansada
Ou eu com visão errada

Minha mente limita
Este mundo ilimitado
Talvez nem esteja aqui
Seja um exilado sem lado

(Orides Siqueira)

AMANTE CALADO

Se em ti sou passado, ja esquecido
Em mim nada foi esquecido ou extinguido
Nem teu rosto,nem momentos
Menos teu belo olhar com aquele sentido

Como montanha dificil de escalar
Nesta disputa diaria do eu contra min
Sou este vaidoso irrevogável
Um insignificante inconsolavel

Lembro-me de teu halito e de teus habitos
O limite do ilimitado
Em atos ardentes de enamorado
Deste amante cansado e palido

Como um ladrão um saltibanco esfomeado
Que voa trazendo a presa a seu lado
Amo-te com a paixão posta em uso
Em meu sangrar de lagrimas

Nesta blasfemia de amor comovido
Amante louco ou um louco sem sentido
Brotando um malfadado nectar perfumado
Sem pedir nada sou este louco, amante, calado

(Orides Siqueira)

HOJE FAZ 13 ANOS A PESSOA QUE MAIS AMO NA VIDA MINHA FILHA GEÓRGIA SIQUEIRA, FILHA BEIJOS MIL DO PAI !!!!!

FELIZ ANIVERSARIO

Sei que é quase um feriado
Hoje no seu calendário
Por isso eu não esqueci
Nem quis fazer ao contrario
Também aqui vou te abraçar
E vou desejar
Um feliz aniversário
Cada segundo um minuto,
cada minuto uma hora,
cada hora seja um dia,
cada dia seja agora,
portanto não desperdice,
tempo não se joga fora.
Amizade é uma jóia
Que tem quilate e valor
Por isso é que te desejo
Paz,saúde e amor
Hoje e em toda a sua vida
Tenha a missão cumprida
E seja feliz por favor.
(Orides Siqueira)

GEÓGIA CASSILDA DA S. SIQUEIRA

Filha querida
Lembra neste dia DEUS te deu a vida
Não esquece a ele pede benção
Em tua diária oração
Enche de amor teu coração
Este amor que ganhastes na concepção
Filha Tu tem uma bonita aparência
Mais o que tens de melhor é a essência
Minha princesa adorada
Filha idolatrada
A mais amada
Hoje quando trocas de idade
E tu que sempre teve no coração bondade
Minha filha maravilhosa
Filha bonita e esplendorosa
Das flores a rainha rosa
Filha recebe os meus beijos
De bom todos meus desejos
Que por Deus sejas ouvida
E o poderoso te de o melhor da vida
Grande beijo filha querida
Triunfar... isto tu vai
São os desejos da mãe e do pai
(Orides Siqueira)

FILHA

Palavra bendita
Das flores que colhi
Tu és a mais bonita
Mistura de seres
Fruto de um grande amor
Que Deus colheu
Com o orvalho do amor
Regamos esta linda flor
Com lábios arredondados
Olhos de mel
Cabelos de rapunzel
Sorriso inocente
Ainda um ser crescente
Filha ser transparente
Uma pessoa iluminada
Sempre sorridente
Filha, minha jóia adorada !!!!!!
(Orides Siqueira)

O PERFEITO DO IMPERFEITO

No meu olhar imperfeito
Procuro pelo bem ter afeição
Neste olhar profundo em busca da perfeição
Não sei se é perfeita esta procura sem noção

O imperfeito vira perfeito, depende do conceito
O conceito de quem vê, nem sempre é aceito
Dizem não haver perfeição, isto não é conceito é observação
Errar e acertar tudo depende de se aperfeiçoar

A base para tudo é o imperfeito
Porque só através dele chegamos ao perfeito
Para evoluir o imperfeito tem que aprimorar
Todo imperfeito sempre terá o perfeito para se espelhar

O sábio indulgente que pensa saber tudo
Ou o verdadeiro sábio que tudo vê sempre mudo
É o imperfeito do perfeito
Ou seja o imperfeito fazendo e o perfeito absorvendo

(Orides Siqueira)

UM GRITO INFINITO

Não sou contra nada, sou só um louco só na estrada
Sou como pássaros voando em formato de véu
Enfeitando o infinito azul do céu
Num grande bailado com a naturalidade de uma fada

Querendo andar e ao mesmo tempo indo para o nada
Sabendo que o nada é apenas uma historia mal contada
Como uma mentira,uma asfixia, uma censura surda
Um surdo que ouve e um mudo que responde

Se o meu tudo é tudo é porque tudo é uma questão de sintonia
Então não vejo porque não viver em harmonia
O tempo de uma rosa depende de sua tonalidade
Assim o nós em nós mesmo é a mais pura verdade

É na adversidade que vimos como é a liberdade
Vivemos grandes alegrias e grandes tristezas
Então vamos achar o belo lindo e saudar a beleza
Se o sudário é o mesmo pano que limpamos o suor
Então que se viva na integra a alegria e o amor

(Orides Siqueira)

AMOR ITINERANTE

No amor
Por vezes somos posseiros, outras retirantes
Ansiosos por milagres a cada instante
Podemos usufruir, mas não concluir
Horas ele vai aumentar outras diminuir

Viajamos do tudo ao nada
Amar é como a matemática cheia de sinais
As vezes somos pensante outras irracionais
Sempre querendo nesta estrada andar mais e mais

Em horas traz tristeza e tédio
Em outras é um elixir,um remédio
Uma doçura com ansiedade e até lamento
Atraída pela essência deste grande sentimento

Ou somos eternos namorados ou parceiros
Nesta doçura de sentimento
Nos deliciando com novos e bons momentos
Desta sensação em movimento


(Orides Siqueira)

GRITO DO NADA

GRITO DO NADA

Sou este grito do nada
Inicio onde acaba de terminar
Sou semente sem germinar
Este solitário calado

Sou uma soma oculta
De um problema mal calculado
Um querer para ser
Este ser sem querer

O gênese do gênero
Um perfil adentro
Meus sonhos, meu sustento
Pensando o pensamento

Não sou flecha nem lutador
Sou silencio com palavras
Nem inseto,nem larva
Sou pensar de pensador

O que fui se foi
Uma barata virada
Vida passada
Fio sem meada

(Orides Siqueira)

ASSASSINAR NUM PAÍS DE PAZ

Me dói na alma
Também dói a meus ouvidos
Tirando vida em vários estampidos
Neste momento ingrato de dor e gemidos

Fere o nome de uma pátria de paz
Nesta dor que um sanguinário nos faz
Um instinto assassino de um infeliz rapaz
Sai por aí matando e querendo matar mais e mais

Querem justificar dizendo ser exclusão social
Usando política para justificar o que uma mente doentia faz
Dizem que pertencia a alguma crença dias atrás
Não crença nem uma mata não fez parte nem faz

Deus nunca usou nem metal nem sangue
Os entediados é que matam isto não é Deus é o homem
Nós somos filhos de Deus e ele deve fazer sua sentença
Diga não a imprensa sagaz querendo usar nome de crença de paz

(Orides Siqueira)

SOLITÁRIO

SOLITÁRIO

Solitário um solitário
Em um canto como móvel antigo um relicário
Isolado, refugiado
Este ser só, um solitário

Um viver de min para min mesmo
Para o min num viver a esmo
Em seu ser do útil o inútil
Sendo a própria imagem do fútil

Um solitário a divagar
Solitário e irracional
Solitário sem ter sido amado
Ou solitário por não saber amar

Um pouco do nada
Um caminhante sem estrada
Um ser só e triste
Para o solitário o amor não existe

Um lobo ferido e solitário
Ou a ferocidade de um potro mal amansado
Num canto solitário,sentindo do amor a solidão
Este triste solitário em seu solitário pensar


(Orides Siqueira)

FAVELA


Discípulo da liberdade, nele a vida não dói ele é seu próprio herói
Não tem medo é um forte seja menino ou menina
Sabe que ali e não na cidade, esta a sua realidade
Não quer decifrar enigma, sabe que morar ali é sua sina

Crianças e velhos
Descem da favela sem olhar para traz
Sabem que apesar da honestidade
Quem mora em favela ali jaz

Descalços de pé no chão
São todos órfãos de afeição
Para eles o futuro é o inalcançável
Procuram explicação e chegam ao inexplicável

São acrobatas da vida pela pobreza rendida
É não comer, não viver e ainda ter que trabalhar
Sabemos se Cristo voltasse a terra não seria pregado na cruz
Seria castigado morando numa favela, desempregado sem água nem luz

(Orides Siqueira)

BRINCAR DE AMOR

Amei
Sofri ...chorei
Mas nunca te esqueci
A viver um grande amor, contigo aprendi

Foram momentos de amor ou tormento
Um amor sofrido, hoje um lamento
Hoje não mais olhas, nada mais sentes
Não confirmas nem desmentes

Fiquei com o melhor vivido, o amor sentido
No amor sempre se soma, mesmo que se tenha sofrido
Hoje sou um rato no deserto
Estás longe do coração e dos olhos tão perto

Mas entendi
Sei que as sensações do amor só eu senti
Mas confesso que não tenho saudade da dor
Sobrevivi porque só eu vivi um verdadeiro amor

(Orides Siqueira)

TEREZA LOUCA TEREZA

A Tereza louca vivia a gritar
Que tinha um olho na terra e outro no mar
Que se lavava com a terra e secava com o luar
Lá estava a louca sempre a gritar este seu cantar

E nos desvarios seus, queria asas para voar
Dizia terem ruas que vão e outras que nos levam ao nada
Mas Tereza era esta louca desvairada
Dizia só ouvir mentiras e que verdade são mentiras maquiadas

Lá ia a Tereza comendo bolachas mofadas
Dizia ter olhos sãos em pálpebra doente
Que dinheiro era coisa de gente doente
Que não queria, não era louca nem demente

As vezes dizia que tinha a cabeça furada
E que uma de suas vistas tinha sido roubada
Que não avistava a vista e não via nada
Retrucava, não falei contigo orelha furada

Dizia ter vindo de cima da serra
Que só tinha louco nesta terra
E tinha botado um buda na lagoa
E daí é meu, deixa lá até que os bichos o roa

(Orides Siqueira)

SECRETÁRIA

Um misto de explosão e alegria
Mulher, menina e as vezes guria
Sorriso largo, corpo bonito
Simpatia que a todos contagia

Profissional competente
Sempre atenciosa, muito servente
Guria, menina, mulher experiente
Mas acima de tudo muito gente

Beleza e simpatia fácil de descrever
Com agilidade deixa todos perceber
Sabe que é admirada, mas faz não ver
Faz muito bem aos olhos este belo ser

Sentimos que gosta de um olhar comprido
Destes que despe de cima a abaixo
Fazendo um suspirar gemido
E desnuda qualquer mulher, sem tirar sequer o vestido

(Orides Siqueira)

EU E TEU EU

Não colho nada que me faça matar ou morrer
Tenho em mim a sede do viver
Sem ganância nem fome
Vivo de coisas que consumo e não me consomem

Sou um amante do infinito
E um covarde fugindo de conflito
Gosto da pureza das coisas impuras
Se vejo uma estrela correr, peço para viver

Já tive amores que perdi por tentar esconde-los
E o outros que por delatá-los acabei por perdê-los
Já tive pena e também já perdi por não tê-la
Mas nunca pequei por estar sem querer estar

Quem sabe de mim lembrar-te-ás
Porque sempre que um nome em nós ecoa
É sinal que de tal temos recordações boas
Nunca queremos o que nos infesta ou coisa que não presta

Não sou como salso chorão que se dobra para vida
Nem um lamento por coisa mal consumida
Tampouco tenho vergonha de coisas por mim queridas
Vivo o mundo que minha vida alcança sem conchavos nem alianças

(Orides Siqueira )

DEPOIS DOS TRINTA

Quando chega aos trinta
E o primeiro cabelo branco logo pinta
Vaidosa ela joga logo uma tinta
Ou então não pinta fica charmosa assim

Meus Deus como é bela a mulher depois dos 30
Coroa mulher vistosa, bonita e poderosa
Brilha como pedra preciosa
É depois dos trinta que a mulher é mais gostosa

Seria das pedras a mais preciosa
Esta senhora mulher majestosa
Já esta lapidada é mais brilhosa
Por tudo isto e mais bonita e vistosa

Ela já foi cantada ao vivo e em prosa
Nunca falta argumento para falar desta linda rosa
Linda como uma uva
Sempre encaixa como uma luva

Chamam de coroa, ela é mesmo a tal
Sempre linda uma mulher fatal
Uma flor ornamental
Pode até ser coroa, se for do raio solar

Mulher que a todos fascina
Que coroa, ela é mesmo uma menina
O que não souber ela ensina
Do artista ela é a obra prima

(Orides Siqueira)